Origens
Os vestígios da ocupação humana nesta Freguesia remontam à antiguidade clássica. Do período romano restam três aras, uma delas inteira, consagrada aos deuses Manes. Devido à proximidade da Citânia de Sanfins construíram-se muitas casas que aludem a uma curiosa toponímia de origem germânica, que representa a substituição das denominações primitivas, na época da reconquista Cristã. Dentro dos limites da antiga e da moderna paróquia encontramos pelo menos cinco lugares com estas condições.
Roriz, que no séc. XIII escrevia-se Rooriz, Rooriz é sem nenhuma duvida um nome Germânico, nome que é genitivo do nome pessoal Rodericus. Outros nomes que hoje estão ligados à freguesia, e que ilustram o passado das origens Germânicas de Roriz são:
– “Sendim” que pertencia a um individuo que se chamava Sandinus;
– “Singeverga” que era um nome feminino pessoal que era raro no onomástico godo e vulgar no burgúndio”;
– “Virães” segundo Joseph Piel veio de Berília;
– “Cartomil” veio do nome pessoal Cartemirus;
– “Fontão” poderá referir-se a um ribeiro que lá passou ou devido à vizinhança da estância pagã, onde derivam cultos romanizados, mas também pode ser devido ao Deus Fontanus que era um respeitado pelos habitantes da Citânia.
Roriz já foi Concelho, e é bastante conhecida pelo seu Mosteiro, Monumento Nacional. Realce também para o Mosteiro de Singeverga e o Mosteiro de Santa Escolástica, que ao longo dos anos se tornaram importantes instituições no desenvolvimento local, na educação e ainda na promoção da doçaria e licores locais, como o famoso licor de Singeverga.
Lendas e Tradições
Em Roriz como em todos as terras espalhadas pelo nosso país existem lendas e muitas delas falam de mouras encantadas e encantamentos.
Segundo alguns escritos. fora do perímetro da cidade de Santo Tirso, mas junto a ela sobre a cordilheira de Monte Córdova, há um lajedo com um orifício, que alvoroçou a imaginação dos maníacos de riquezas enterradas. Também ali na Bouça do Cousa, rebenta um borbotão de água, a que se dá o nome de fonte Mouros.
É nas proximidades da Citânia de Roriz que se desenrola uma lenda, que tem ramificações populares em outras localidades do reino. É a lenda do Picôto do Pai:
“Quando antigamente os pais passavam a ser boccas inuteis em razão da sua idade avançada, os filhos punham-nos sobre um carro, e levam-nos do Picôto, onde os deixavam ficar com uma manta e uma borôa de pão, para ali acabarem seus dias sem que fossem pesados a ninguém.”